Feminismo e Feijoada

Amanhã, domingo 30/08, a partir das 14h, vou participar no encontro Feminismo e Feijoada organizado por um grupo de damas do programa de Capacete, aqui no Rio.

Há poucos meses conheci Angela Donini (cineasta, feminista, professora de filosofia na UNIRIO e um milhão de coisas mais) e aos poucos, tem sido construído uma bonita amizade. A intervenção no Capacete, que vamos realizar juntas, tem a ver com as nossas trocas, cumplicidades, contágios, com o fato de compartilhar nossas experiências, que mesmo vindo de contextos muito diferentes, identificamos várias marcas que atravessam nossos corpos de maneiras similares.

A leitura pública dessas marcas vai ser de uma perspetiva antropofágica, enquanto uma ética de estar em relação com outro, e não tanto como um ritual. Durante a intervenção vamos nos dar o tempo e o espaço para conversar com as pessoas, cozinhar quiabo – como alternativa à feijoada – ativar os nossos sentidos e apreender a lentidão, para sentir e escutar mais devagar.

A escolha do quiabo vem por essa necessidade de nos conectar com a terra por meio dos alimentos. Além de ser uma comida deliciosa, ele ocupa um lugar de destaque na cozinha ritual dos terreiros de candomblé.

É a primeira vez que estamos colocando os nossos corpos em cena sem que seja uma fala acadêmica, uma dança ou um filme. Esta intervenção não é apenas uma performance -entanto prática artística- nós estamos aqui trazendo os nossos corpos para trocarmos algumas ideias e fazer aquilo que fazemos todo dia: escolher os alimentos, cozinhar e comer. Para nós, cozinhar não é um ato revolucionário, nem chick, nem artístico. Muito pelo contrário, é uma prática do nosso cotidiano, que atravessa os nossos corpos e em que desenvolvemos tanto uma ética de estar no mundo quanto uma política do cuidado.


CONVITE_final_final (1)

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